Quando se fala em mercado de ações e renda variável, a maior parte dos investidores pensa diretamente na bolsa de valores. Mas o mercado de balcão organizado tem ganhado cada vez mais espaço com a expansão das pequenas e médias empresas.
Por ter um nível de fiscalização menos exigente que a bolsa de valores, consegue ser atrativo para pequenas e médias empresas pelos custos mais baixos. Além de oferecerem um potencial de crescimento mais alto quando comparado com empresas tradicionais que operam na bolsa de valores.
Entender o funcionamento desse mercado é importante para o investidor que pensa em diversificar seus investimentos e criar uma carteira que irá focar em ativos com riscos mais altos e, consequentemente, chances de retornos maiores.
O que é o mercado de balcão organizado?
O mercado de balcão organizado é um sistema que permite às pequenas e médias empresas negociarem títulos fora da bolsa de valores. Antes feitas de forma descentralizada em balcão não organizado, essas operações passaram a ser registradas.
Isso aconteceu com a criação da Sociedade Operadora de Mercado de Ativos (SOMA), em 1996. Ela foi criada inspirada no mercado de balcão organizado dos Estados Unidos, a Nasdaq (National Association of Securities Dealers Automated Quotation System) ou Sistema Automatizado de Cotações da Associação Nacional de Corretores de Valores.
Em 2002, a BM&F Bovespa, atual B3, comprou a SOMA e alterou seu nome para SOMA FIX. Essa instituição é responsável por intermediar as operações realizadas no mercado de balcão organizado.
As corretoras operam e registram as negociações em câmaras de registro. O mercado de balcão organizado tem instituições criadas especificamente para controlar esse registro das operações.
O mercado de balcão tem algumas características importantes:
- Não existe espaço físico para negociação;
- Há flexibilidade no registro das operações;
- Possibilidade de negociar ativos que não estão habilitados para serem negociados na bolsa.
Vantagens do mercado de balcão organizado
O mercado de balcão organizado chama a atenção de pequenas e médias empresas por ser menos exigente que a bolsa de valores tradicional na hora de fiscalizar operações e impor regras de participação.
Isso torna o processo mais barato e permite que essas empresas comecem a operar no mercado de balcão, levantar capital, expandir sua operação e futuramente ingressar na bolsa de valores.
Para os investidores, permite o contato com empresas que estão fora do radar da maior parte dos investidores, por serem menores. É a chance de investir em empresas com alto potencial de retorno, já que ainda há bastante espaço para desenvolvimento.
Diferença entre mercado de balcão organizado e não organizado
A principal diferença entre o mercado de balcão organizado e o não-organizado é o registro das operações realizadas e a existência de uma instituição específica para registrar essas operações. De forma resumida, um dos mercados tem intermediário e o outro não.
No mercado de balcão organizado, a SOMA FIX faz todos os registros das operações e intermedia as negociações feitas pelas corretoras e investidores.
Já no caso do mercado de balcão não-organizado, as negociações são feitas entre pessoas físicas e não existe uma instituição específica para registrar essas operações. Normalmente, são feitas juntamente com um contrato jurídico para respaldar a negociação.
Diferença entre mercado de balcão organizado e a bolsa de valores
As empresas que operam seus títulos mobiliários por meio da bolsa de valores passam por uma série de exigências que tornam esse processo mais caro que o mercado de balcão organizado. Entre as obrigatoriedades das empresas, estão:
- Criação de uma área de relação com as pessoas que investem;
- Adoção de práticas de governança corporativa;
- Apresentação periódica de demonstrações financeiras auditadas.
A manutenção dessas exigências gera custos elevados para a empresa, limitando o acesso de pequenas e médias empresas à bolsa de valores.
Já no mercado de balcão organizado registra as operações realizadas em seu ambiente, mas não exige das empresas a prestação de contas de maneira tão detalhada quanto na bolsa de valores.
Ou seja, as informações precisam ser registradas, mas não há a obrigatoriedade de apresentação periódica de demonstrações financeiras auditadas, por exemplo. As instituições que fiscalizam a bolsa de valores e o mercado de balcão organizado devem ser autorizadas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
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