A primeira etapa antes de começar a investir, e uma das mais importantes, é identificar o perfil do investidor. “Suitability”, em inglês, significa adequação. Em português, é a nomenclatura dada às análises que devem ser realizadas pelas corretoras de investimentos para compreender a tolerância ao risco natural do mercado financeiro.

O suitability serve para garantir que os produtos de investimento recomendados por instituições financeiras sejam adequados ao perfil de cada investidor. Dessa maneira, é possível aprimorar a experiência, orientar e oferecer oportunidades de investimentos que sejam atrativas e relevantes para o seu perfil.

Para o investidor, além de regular o relacionamento dele com as instituições, no final do dia o suitability acaba protegendo-o. Afinal, seu patrimônio é maior do que o seu dinheiro. Investir é sobre o futuro e o suitability ajuda a saber até onde pode ir e a tolerância aos riscos naturais do mercado. É esse o tema que vamos abordar neste post.

O que é suitability?

Suitability é justamente o processo de avaliar e identificar o perfil do investidor com o objetivo de adequar os produtos disponíveis para investir a partir do entendimento sobre qual é a sua tolerância ao risco e qual comportamento esperado em caso de volatilidade do mercado, que é um movimento natural.

Para o investidor, é essencial ter de forma clara quais são seus objetivos de curto, médio e longo prazos. Com essa informação, é possível identificar quais ativos fazem mais sentido para sua carteira.

Além disso, o investidor também precisa fazer uma análise de seu comportamento no mercado financeiro e entender qual é sua tolerância ao risco, como lidar com a volatilidade e as incertezas do mercado.

Com essas informações em mãos, a corretora de valores disponibiliza produtos que sejam condizentes com os objetivos e características do investidor. E o foco será também mitigar os possíveis riscos e deixá-los toleráveis para o perfil traçado.

Por que INVESTIR buscando o LONGO PRAZO?

Como é o processo de suitability?

Para se identificar o perfil do investidor e entender sua tolerância ao risco e os objetivos financeiros, é preciso realizar o processo de Análise de Perfil do Investidor (API). Esse processo conta com um questionário de suitability.

Ao final dessa etapa, será possível identificar alguns pontos importantes:

O ativo oferecido é condizente com os objetivos do investidor?
Trata-se de uma operação compatível com a situação financeira disponível?
O investidor tem conhecimento suficiente sobre os possíveis riscos do investimento?

Caso o investidor seja qualificado, nos termos definidos pela Comissão de Valores Mobiliários, esse questionário pode ser descartado. Assim, o processo já iniciaria por uma estratégia detalhada de investimento baseada no histórico apresentado.

E quais são os perfis de investidor?

A Diretriz da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA) estabelece três perfis de investidor:

Conservador: investidor que declara possuir baixa tolerância a risco e que prioriza investimentos com alta liquidez;
Moderado: investidor que declara média tolerância a risco e busca a preservação de seu capital no longo prazo, com disposição a destinar uma parte de seus recursos a investimentos de maior risco;
Arrojado ou Agressivo: investidor que declara tolerância a risco e aceita potenciais perdas em busca de maiores retornos.

Segundo a ANBIMA, o investidor de perfil conservador deve ser recomendado a investir a maior parte do patrimônio em produtos de maior segurança. Um exemplo extraído da diretriz da ANBIMA são títulos de renda fixa indexados ao CDI emitidos por uma empresa ou instituição cujo rating seja grau de investimento 5.

Já o investidor de perfil moderado pode assumir mais riscos, em nível controlado. Entre as possibilidades sugeridas pelo documento estão fundos imobiliários e títulos de renda fixa com emissor sem grau de investimento 6.

Ações, opções, cotas de fundos de investimento em participações e outros investimentos em renda variável, pela diretriz da ANBIMA, devem ser recomendadas aos investidores do terceiro perfil, os arrojados.

Qual a importância do suitability?

No processo de investimento, o suitability exerce papel central na hora de auxiliar as corretoras a disponibilizarem produtos que sejam condizentes com o perfil do investidor. Isso é importante porque irá respeitar os objetivos e também a tolerância ao risco de cada cliente.

Existe uma regulamentação específica para esse processo, trazida pela Resolução 30 da CVM, que trata exatamente da verificação da adequação dos produtos, serviços e operações que atendam ao perfil do cliente.

De forma geral, é uma obrigação legal fazer esse mapeamento no início da relação comercial para garantir que todas as informações importantes e necessárias para a criação da estratégia estejam disponíveis e acessíveis.

Dessa forma, o investidor tem o respaldo de ter fornecido informações importantes para o seu processo de investimento e poderá minimizar os possíveis riscos inerentes ao mercado financeiro.

Além disso, oferece insumos para que a corretora de valores consiga criar um plano de ação que pode otimizar a chegada aos objetivos traçados. É uma operação que faz sentido para os dois lados.

Dependendo de qual foi o resultado, será criada uma carteira com mais renda fixa e menos renda variável, ou uma carteira equilibrada e, por fim, uma carteira que traga mais ativos de renda variável, como ações tokenizadas, e menos ativos de renda fixa.

Depois do suitability preenchido, entenda o mercado de ações

Depois de entender sobre a importância da avaliação do perfil do investidor, é hora de compreender sobre alguns tipos de investimentos disponíveis. O mercado de ações é o ambiente em que é possível negociar frações do capital social de companhias abertas. Ou seja, a empresa é repartida em pequenas partes, conhecidas como ações, que são negociadas diariamente em um mercado organizado.

No Brasil, é possível negociar ações de empresas na B3 (S.A. – Brasil, Bolsa, Balcão) ou na BEE4, sendo esta última focada na negociação de ações tokenizadas de PMEs com faturamento anual entre R$10 milhões e R$300 milhões. Em ambos os casos os ambientes são regulados pela CVM e contam obrigações para garantir transparência e segurança, tanto para investidores quanto para empresas.

A partir do uso do suitability, é preciso pensar na diversificação da carteira de acordo com o seu perfil de investidor, distribuindo os ativos por classes e elaborando uma boa estratégia de risco e retorno. Aqui na BEE4, os ativos negociados são classificados como ações tokenizadas de PMEs (renda variável). Por isso, é recomendado para os investidores mais arrojados. Porém, não significa que investidores com perfil moderado e conservador não possam investir, e sim que devem avaliar um percentual de exposição menor ao compor a carteira com essa classe de ativos.

Agora que você já tem informações para começar, fique de olho nas oportunidades de investimento disponíveis na BEE4.