A expressão “nunca coloque todos os ovos na mesma cesta”, do economista criador da Teoria Moderna do Portfólio, Harry Markowitz, é famosa no mercado financeiro. Uma alusão à importância da construção de uma carteira de investimentos diversificada, com foco na proteção do patrimônio no longo prazo.
Planejar os investimentos pensando no futuro é uma estratégia que pode proteger o capital e evitar que decisões sejam tomadas em momentos de volatilidade do mercado.
O que é uma carteira diversificada?
A carteira diversificada, como o próprio nome diz, consiste em criar uma estratégia de diversificação de investimento. Ou seja, quando o investidor decide alocar parte de seu patrimônio entre diferentes tipos de ativos e setores, com o objetivo de reduzir o risco e otimizar o retorno. Isso porque cada produto reage de uma maneira específica a eventos de mercado e condições econômicas.
Para entender a melhor forma de fazer essa distribuição, é essencial conhecer o perfil do investidor e entender o tamanho da disposição para se expor aos riscos desses investimentos.
Como eu crio uma carteira diversificada?
Para criar uma carteira diversificada que faça sentido para o investidor, é preciso definir os objetivos de curto, médio e longo prazo. A partir dessa definição, fica mais fácil entender onde aportar capital e como fazer uma distribuição coerente.
Essa definição é importante para entender que não é possível escolher ativos com vencimento longo e baixa liquidez para objetivos de curto prazo, por exemplo.
Uma carteira diversificada de forma equilibrada pode começar pela reserva de emergência, que é aquele valor que corresponde a alguns meses do custo de vida total do investidor, normalmente de pelo menos 6 meses.
Depois disso, é possível escolher os ativos de renda fixa e renda variável que fazem sentido para a composição da carteira. Alguns dos ativos mais usados para essa estratégia são:
Renda Fixa:
- Tesouro Direto: Títulos públicos emitidos pelo governo federal.
- CDB (Certificado de Depósito Bancário): Um título emitido por bancos para captar recursos.
- LCI (Letra de Crédito Imobiliário): Título emitido por instituições financeiras, lastreado em financiamentos do setor imobiliário.
- LCA (Letra de Crédito do Agronegócio): Similar à LCI, mas lastreado em financiamentos do agronegócio.
- Debêntures: Títulos de dívida emitidos por empresas para captar recursos.
- CRI (Certificado de Recebíveis Imobiliários) e CRA (Certificado de Recebíveis do Agronegócio): Títulos lastreados em créditos imobiliários e do agronegócio.
Renda Variável:
- Ações: Partes do capital social de uma empresa, que podem ser compradas e vendidas no mercado.
- ETFs (Exchange Traded Funds): Fundos de investimento negociados em bolsa que representam um índice de ações, títulos ou commodities.
- Fundos de Investimento em Ações: Fundos geridos por gestores profissionais que investem em ações.
- Opções: Contratos que dão ao titular o direito (mas não a obrigação) de comprar ou vender um ativo a um preço pré-determinado.
- Contratos Futuros: Acordos para comprar ou vender um ativo em uma data futura a um preço acordado antecipadamente.
- Fundos Imobiliários: Fundos de investimento que aplicam em empreendimentos imobiliários, como shoppings, escritórios, ou em papéis relacionados ao setor.
A diversificação é importante porque expõe o capital do investidor a diferentes índices de rentabilidade, datas de vencimento e formas de remuneração. Também é possível trabalhar com ativos que oferecem liquidez diária ou quase imediata e também aqueles que precisam ser carregados até o vencimento.
Existe a opção de ter ativos com rentabilidade pré-fixada, quando o investidor já sabe qual será o seu retorno ao final do prazo contratado, e existem os investimentos de rentabilidade pós-fixada, que são mais voláteis e oferecem um pouco mais de risco. Para investimentos de longo prazo, o retorno pode ser mais interessante.
Diversificação no mercado de ações
No Brasil, é possível negociar ações de empresas na B3 (S.A. – Brasil, Bolsa, Balcão) ou na BEE4, sendo esta última focada na negociação de ações tokenizadas de PMEs com faturamento anual entre R$10 milhões e R$300 milhões. Em ambos os casos os ambientes são regulados pela CVM e contam com obrigações para garantir transparência e segurança, tanto para investidores quanto para empresas.
Este tipo de ativo é recomendado para os investidores mais arrojados. Porém, não significa que investidores com perfil moderado e conservador não possam investir, e sim que devem avaliar um percentual de exposição menor ao compor a carteira com essa classe de ativos.
Agora que você já tem informações para começar, fique de olho nas oportunidades de investimento disponíveis na BEE4.