Investimentos em Renda Variável Digital


Investimento em Renda Variável Digital: Opções, Riscos e Estratégias Quando olhamos para o universo dos investimentos, renda variável é um termo que atrai a atenção. Mas nem todo mundo sabe exatamente o que é ou quais são as opções de renda variável que existem no mercado. Esse tipo de investimento envolve alguns riscos específicos mas é possível também alcançar retornos potencialmente maiores que os da renda fixa.  Além disso, nos últimos 10 anos, com a popularização do movimento de tokenização de ativos, passou a existir uma nova nomenclatura no mercado, a renda variável digital. Vamos entender melhor? 

Qual a diferença entre renda variável e renda variável digital?

A renda variável tradicional, como o próprio nome sugere, engloba investimentos em ativos físicos e negociados em mercados tradicionais, como ações de empresas listadas em bolsas de valores, commodities (ouro, petróleo, soja) e moedas estrangeiras. São os ativos financeiros cujo retorno não é possível prever. Isso acontece porque os preços são influenciados por fatores como oferta e demanda, condições econômicas, políticas governamentais e eventos globais.

Já a renda variável digital surge como uma inovação impulsionada pela tecnologia DLT. Nela, os investimentos são realizados em ativos tokenizados, ou seja, representados digitalmente na tecnologia de registro distribuído. Essa modalidade abrange desde criptomoedas lastreadas em ativos reais até tokens que representam digitalmente obras de arte, fluxos de receitas futuras ou um valor mobiliário com lastro nas ações escriturais de companhias – como é o caso da BEE4

Entenda as vantagens da Renda Variável Digital

  • Democratização: A tokenização facilita a compra de frações menores de ativos, o que torna o ativo mais acessível a um público mais amplo.
  • Custos reduzidos: Com a tecnologia de DLT, é possível otimizar e automatizar processos, reduzindo os custos de transação e intermediação.
  • Novos modelos de negócios: A tokenização abre portas para novos modelos de negócios inovadores, como o crowdfunding e a fractional ownership (propriedade fracionada).

Quais são os desafios da Renda Variável Digital

  • Falta de conhecimento: 

Ainda há um grande número de pessoas que não conhece a tecnologia DLT e os benefícios da tokenização de ativos.

  • Regulamentação e compliance: 

A maior parte do mercado de tokenização ainda não é regulado, o que pode trazer incertezas jurídicas para os investidores. No entanto, a BEE4 se destaca por ser um mercado regulado, autorizado pela CVM a negociar ações tokenizadas de PMEs. Reguladores em diferentes jurisdições têm avançado para entender os impactos deste movimento, dialogando com participantes da indústria e criando diretrizes que deem espaço para tokenização de ativos com segurança.  

  • Interoperabilidade: 

A interoperabilidade entre diferentes plataformas e ativos digitais, assim como a padronização de processos e tecnologias, são obstáculos a serem superados para facilitar a integração e o crescimento sustentável do mercado.

No Brasil, a CVM tem atuado ativamente na questão da regulamentação de ativos digitais publicando artigos relevantes no Laboratório de Inovação Financeira (LAB), lançando o Sandbox regulatório em 2020 para testar iniciativas nesse sentido, e também o CRIA no final de 2023. Já o Banco Central do Brasil avança pioneiro no piloto do DREX (real digital), depois de dar espaço para diferentes projetos de tokenização no âmbito do Lift Lab nos últimos anos. 

Em resumo, a renda variável digital surge como uma alternativa à renda variável tradicional, oferecendo potencial de retornos expressivos e maior acessibilidade. No entanto, é importante ter em mente os riscos inerentes à modalidade. Investir em renda variável, seja tradicional ou digital, exige estudo, análise e diversificação da carteira. 

Quais são as opções disponíveis? 

Existem várias opções de ativos disponíveis para investidores interessados em renda variável digital, com características específicas de risco e liquidez. Para escolher um, é preciso avaliar o perfil de cada investidor e seu objetivo no curto, médio e longo prazo. Alguns tipos de investimento em renda variável mais comuns no mercado incluem:

  • Ações: Investir em ações significa comprar uma parte de uma empresa. Os investidores se tornam acionistas e têm direito a uma parte dos lucros da empresa, na forma de dividendos, e também podem lucrar com a valorização das ações no mercado. No mercado tradicional, é possível negociar ações de empresas na B3 ou na BEE4, o único mercado regulado além da Bolsa, autorizado pela CVM a negociar ações de PMEs no país. Em ambos os casos os ambientes são regulados pela Resolução 135 da CVM, que dispõe sobre o funcionamento dos mercados regulamentados de valores mobiliários e são obrigados a garantir transparência e segurança, tanto para investidores quanto para empresas. Apesar de estarem no mesmo normativo da CVM, a BEE4 opera como mercado de balcão organizado e a B3 como Bolsa de Valores. A rentabilidade depende da variação do preço das ações ao longo do tempo, entre outros fatores, inclusive os dividendos pagos pela empresa aos acionistas. 
  • Fundos de Investimento: Os fundos de investimento tradicionais reúnem capital de vários investidores com foco em uma variedade de ativos, como ações, títulos, imóveis, entre outros. Existem várias estratégias de investimentos por meio de fundos, levando em consideração a mensuração do risco envolvido nos ativos que vão compor as suas carteiras de investimento. Por exemplo, existem fundos que aplicam  o seu patrimônio em ações negociadas em mercados organizados ou em outros ativos do segmento. Há ainda a possibilidade de fundos multimercados que investem em segmentos variados – renda fixa, variável e moedas. Já os fundos de investimento digitais são os fundos com exposição a ativos digitais, uma forma de investimento coletivo com diversos cotistas.
  • Fundos de Investimento Imobiliário (FII): Os Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs) reúnem investidores para aplicar coletivamente no mercado imobiliário, geralmente na construção ou aquisição de imóveis para locação ou arrendamento. Os proventos são compartilhados entre os participantes de acordo com suas cotas sendo distribuídos regularmente, levando em consideração a estratégia do fundo.
  • Criptomoedas: Dentro do conceito de renda variável digital, uma das transações mais conhecidas e populares é a negociação de criptomoedas. Por exemplo, é possível negociar Bitcoin (BTC), Ethereum (ETH), Litecoin (LTC), Ripple (XRP), Cardano (ADA), entre outras.
  • Câmbio: O investimento em câmbio possibilita diversificar a carteira e proteger o patrimônio das flutuações da economia. Os aportes podem ser feitos por meio de fundos cambiais que investem em ativos relacionados a moedas estrangeiras, ou comprando contratos futuros de dólar na Bolsa. Além disso, é possível ainda investir em dólar digital adquirindo stablecoins. O dólar digital, stablecoin pareado ao dólar, são ativos guardados em redes blockchain que facilitam a diversificação de investimentos e protegem contra perdas inflacionárias. 
  • Opções: São contratos que garantem o direito de comprar ou vender um ativo em uma data futura e a um preço pré-determinado. Podem ser usadas como proteção (hedge) contra flutuações no mercado de ações ou como instrumento para especulação, com objetivo de lucrar com a variação dos preços das opções ao longo do tempo. No mercado de opções digitais é possível fazer transações com criptomoedas, especialmente para as mais líquidas como Bitcoin (BTC) e Ethereum (ETH).
  • Derivativos: Derivativos são contratos financeiros cujo valor é derivado do valor de um ativo subjacente. Exemplos comuns incluem opções, futuros e contratos a termo. Os investimentos em derivativos digitais referem-se a instrumentos cujo valor deriva do preço de um ativo subjacente digital, como criptomoedas ou tokens.
  • ETFs (Exchange-Traded Funds): ETFs são como uma cesta de ativos que acompanham o desempenho de determinado índice, por exemplo: o Ibovespa, o S&P500 e etc. Eles oferecem diversificação e liquidez, pois podem ser comprados e vendidos como ações. São uma forma prática de investir em carteiras similares às principais referências do mercado. 

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Riscos Associados

Embora a renda variável ofereça oportunidades de ganhos significativos, ela também está associada a riscos maiores. Os investidores podem mitigar alguns dos principais riscos com uma estratégia de diversificação de carteira, incluindo:

  • Risco de Mercado: Vários fatores macroeconômicos e eventos imprevistos podem influenciar e tornar voláteis os preços dos ativos.
  • Risco de Empresa: Investir em ações individuais expõe os investidores ao risco específico da empresa, como, por exemplo, má gestão, concorrência acirrada ou mudanças no setor.
  • Risco de Liquidez: Alguns ativos de renda variável podem ter baixa liquidez, o que pode dificultar a compra ou venda rápida desses ativos.
  • Risco Cambial: Para investimentos relacionados aos mercados estrangeiros, os investidores estão sujeitos ao risco cambial, que surge devido às flutuações nas taxas de câmbio.

Como se Aproveitar da Renda Variável

Embora existam riscos ao investir em renda variável, há várias estratégias que podem ser adotadas para se beneficiar desse tipo de produto. Usando a diversificação de carteira de investimentos, para os perfis mais agressivos é considerado um volume maior de ativos de Renda variável, enquanto para os conservadores essas quantidades são reduzidas. O intuito dessas estratégias é sempre balancear risco e retorno.

Além disso, investir com uma perspectiva de longo prazo pode ajudar os investidores a superar a volatilidade de curto prazo e aproveitar os retornos potenciais ao longo do tempo. E, claro, é importante realizar pesquisas adequadas e buscar educação financeira para entender os mercados e os ativos nos quais você tem interesse. Estabelecer limites de perda e adotar estratégias de gerenciamento de risco podem ajudar a proteger o capital investido em caso de movimentos adversos. 

Em resumo, ao entender os diferentes tipos de investimentos disponíveis, os riscos associados e as estratégias para mitigá-los, os investidores podem aproveitar ao máximo as oportunidades de renda variável e trabalhar para alcançar seus objetivos financeiros a longo prazo.

BEE4: Ações tokenizadas de PMEs

A BEE4 é o único mercado regulado, além da Bolsa, autorizado pela CVM a negociar ações, com licença também para atuar no segmento de renda fixa, projeto que deve começar a partir de 2025.  Aqui, os tokens são representações digitais dos valores mobiliários de empresas listadas. Ou seja, ativos digitais com lastro nas ações escriturais dessas companhias. 

Nascemos no âmbito do sandbox regulatório, com objetivo de desenvolver o mercado de acesso brasileiro. Seguimos os passos de referências globais como AIM (Reino Unido), TSX (Canadá) e Nasdaq (Países Nórdicos), também com foco na listagem de empresas emergentes “high growth”. 

Nosso foco são PMEs que já testaram seu modelo de negócio, que não se encontram mais na fase inicial de startups early stage, mas ainda não alcançaram um nível de maturidade elevado. São empresas com grande potencial de crescimento, atraentes para os investidores. 

Anteriormente, o acesso a esse tipo de empresa era restrito a investidores institucionais, como fundos e grandes bancos, que exigiam investimentos consideráveis. Desde o lançamento da BEE4, os investidores participam de IPOs com investimentos mais acessíveis, adquirindo ações de empresas que já validaram seu modelo de negócio e que estão em um momento único para serem investidas, o que chamamos de mercado de acesso.

Entre as inovações está a criação de um novo arcabouço regulatório para viabilizar a listagem de pequenas e médias empresas do país e a criação da figura do consultor de listagem. Para os investidores, a BEE4 permite que acessem os IPOs e possam negociar ações tokenizadas dessas empresas. Estamos entre as primeiras iniciativas do mundo a utilizar blockchain em infraestrutura de mercado.

Agora que você já tem informações para começar, fique de olho nas oportunidades de investimento disponíveis na BEE4.