O mercado de acesso é um segmento do mercado de capitais que conecta Pequenas e Médias Empresas (PMEs) a investidores, abrindo um leque de oportunidades para ambos. Este artigo explora a importância do desenvolvimento desse mercado no Brasil, seu objetivo, cenário atual e o papel da BEE4 neste contexto.
O que é o Mercado de Acesso?
O mercado de acesso é um segmento do mercado de capitais onde PMEs podem captar recursos e financiar suas estratégias de crescimento, enquanto investidores encontram a oportunidade de investir em empresas com alto potencial. Ele funciona como uma porta de entrada para que essas companhias negociem seus ativos em mercado organizado, realizando IPOs e se tornando empresas de capital aberto. Embora exija o cumprimento de pré-requisitos e obrigações regulatórias, estas são mais simples em comparação com as exigidas para grandes empresas como Petrobras e Vale, por exemplo.
Qual é o objetivo do Mercado de Acesso?
O mercado de acesso atua como uma base para impulsionar PMEs, que podem se tornar as futuras grandes empresas do país. Essa alternativa de financiamento é crucial para a economia brasileira, com grande potencial de geração de empregos e crescimento do PIB. Para os investidores, representa uma oportunidade de diversificação de portfólio com empresas de alto potencial de crescimento.
A relevância das PMEs é inegável: elas geram cerca de 60% dos empregos e são responsáveis por cerca de 1/3 do PIB brasileiro, segundo o Fórum Econômico Mundial. No entanto, enfrentam desafios significativos no acesso ao financiamento, com um déficit global que supera US$5 trilhões, de acordo com a McKinsey, sendo 20% desse total na América Latina.
Mercado de Acesso no Brasil e no Mundo
A B3, criada em 1890, foi por muito tempo o único mercado de ações brasileiro. Atualmente, cerca de 439 empresas negociam suas ações na Bolsa de Valores brasileira. No entanto, a iniciativa do Bovespa Mais, lançada em 2005, não teve o sucesso esperado, contando com apenas 15 empresas, das quais somente 3 negociam suas ações atualmente (Bahema, Biomm e Nutriplant).
Em comparação, o Reino Unido, através da London Stock Exchange e seu Alternative Investment Market (AIM), possui 1143 empresas listadas no mercado principal e 722 no mercado de acesso. No Canadá, a Toronto Stock Exchange (TSX) possui 1816 ativos listados, e a TSX Ventures, fundada em 1999, conta com outras 1881 companhias listadas, com mais de 760 empresas tendo migrado do segmento de acesso para o principal até 2024. Esse número representa quase o dobro das ações listadas no Brasil.
Cenário em Transformação
A escolha é entre manter o presente ou construir um futuro diferente. Sem um direcionamento para desenvolver esse novo setor, o crescimento do mercado pode enfrentar grandes desafios nesse novos tempos. Incomoda saber que o Brasil, cujo PIB está entre os dez maiores do mundo de acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), tenha menos ações listadas do que economias bem menores. Dados de 2022, publicados pelo World Bank Group, mostravam o Vietnã com 402 empresas listadas em bola de valores. Já o Paquistão, segundo o mesmo estudo, possui 494, a Tailândia com 810 e a Indonésia 825. No mesmo estudo o Brasil aparece com 361.
BEE4: Inovação e Acesso no Mercado de Capitais
Com início de operações em 2021, a BEE4 é o único mercado regulado e focado no desenvolvimento do segmento de acesso no Brasil, sendo o único autorizado pela CVM, além da B3, a negociar ações no país, e o primeiro a utilizar blockchain em sua infraestrutura. A BEE4 opera de forma semelhante à B3, mas com foco em middle market, com empresas com receita entre R$10 milhões até R$300 milhões e, em breve, até R$500 milhões, seguindo o modelo inicial da Nasdaq nos Estados Unidos.
Em menos de 2 anos, a BEE4 listou 4 companhias (Engravida, Mais Mu, Plamev Pet e Eletron), mesmo em um período de baixa de IPOs no Brasil. Criada no âmbito do sandbox regulatório da CVM, a BEE4 tem como objetivo democratizar o mercado de capitais para Pequenas e Médias Empresas (PMEs).
Inovação Regulatória
Uma das maiores inovações da BEE4 foi a contribuição ativa para criar um novo arcabouço regulatório dedicado às Companhias de Menor Porte (“CMPs”), mais adequado à realidade dessas empresas. Com isso, busca-se um equilíbrio entre as simplificações de condições e a exigência de obrigações mínimas para resguardar a proteção dos investidores. Isso resultou em uma consulta pública em setembro de 2024, que propõe o Regime ‘FÁCIL’, nova regulação que pode democratizar o acesso ao mercado de capitais para Pequenas e Médias Empresas (PMEs) com faturamento bruto anual de até R$500 milhões, permitindo a realização de Ofertas de até R$300 milhões.
Pilar fundamental para a economia brasileira
Para abrir capital na BEE4, as companhias se comprometem a atender um grupo de pré-requisitos para listagem, entre eles a natureza jurídica de sociedade anônima (S.A.) e a manutenção de auditoria anual por auditor independente e credenciado na CVM.
Em última análise, um mercado de acesso forte é um pilar fundamental para o avanço econômico do Brasil, impulsionando o crescimento das PMEs e gerando novas perspectivas de investimento. A BEE4, nesse cenário, assume um papel de desenvolver esse mercado no país, atuando como agente de transformação, valendo-se de tecnologia e inovação para para moldar a realidade, tornando-a mais acessível e em consonância com o futuro da economia brasileira.
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